segunda-feira, 9 de março de 2015

A Magia Antiga


Nos tempos antigos, as strega tinham a posição de Sacerdotisa da Lua. Nas regiões costeiras e nas ilhas, as strega também poderiam ser Sacerdotisas do Mar. O uso da água do mar era um aspecto importante na Magia Lunar. Pois se "carregava" a água e liberava-se essa carga através da evaporação.
A lua é o ponto de foco da Terra. A Lua absorve, condensa e canaliza todas as forças que são recebidas pelo planeta.
Aradia disse a seus discípulos para procurar pela Lua para qualquer propósito mágico.
A Lua é o corpo capaz de "prender" força cósmica, desta forma, é necessário que saibamos como faze-lo.
O campo eletromagnético da Terra recebe e coleta energias. O campo da Terra é grandemente influenciado pela Lua. Por causa da mudança de órbita da Lua, ela pode juntar energias de todo o cosmos durante os 28 dias de seu ciclo - que é considerado rápido. É claro que a Lua é a mediadora de energias tanto para as práticas mundanas como mágicas. O papel do Sol é de ser um amplificador. Ele gera poder "cru" e aumenta as energias que já se apresentam no campo da Terra.
Os rituais devem ter relação com as fases da Lua. Quanto a isso, é como na Wicca. Os rituais da Lua Cheios têm um poder magnífico, inclusive é um momento interessante para lidar com os outros planos de existência.
O uso de prata é muito comum, pois é um metal que acumula bem a energia lunar.
Existe um altar ritual para a Lua; este se torna um ponto de foco de energia. As mulheres são vistas como as que carregam a energia da Lua dentro delas. Os homens também têm isso, mas as mulheres têm uma ligação mais próxima. Para montar este altar, ele deve ficar no quadrante oeste. No centro dele, coloque uma vasilha com água salgada. Coloque uma concha branca no centro da vasilha. Ao faze-lo, sussurre o nome da Deusa daquela fase da Lua: para a lua nova (e crescente) é Diana; a lua cheia é Jana; e a lua minguante é Mania. Ao redor da vasilha coloque nove pedras brancas, pérolas ou conchas, formando um crescente. Note que se o trabalho mágico for construtivo, os objetos devem ser colocados ao redor da vasilha em sentido horário,
e se o trabalho for destrutivo, em sentido anti-horário. A cada concha que for posta, diga o nome da Deusa que tem influencia sobre o que você deseja. Incensários da Lua são colocados de forma que formem um triângulo: se a base estiver para cima, então a finalidade é destrutiva, se a base estiver para baixo, à finalidade do trabalho é criativa.
Também coloque uma pedra escura no canto esquerdo do altar e uma clara ou branca na parte direita do altar.
Então, a medida com que o ritual prossegue, o grupo ou a strega carrega a água salgada da vasilha com a energia do ritual - como o cone de poder dos rituais wiccanos. Esta energia é vista saindo da aura do individuo e entrando pela ponta do athame, na aura da sacerdotisa, que direcionará com seu athame, toda a energia para a água. Toda essa carga deve ser liberada. Algumas formas são tradicionais: ferver a água joga-la no fogo ou num riacho ou água corrente. Se for à água corrente, essa rima é utilizada:

Water to water A Witch's spell I give this stream To speed it well.


PARTE 1
UMA VISÃO GERAL

1. Crenças da Strega
Na Itália e nas cidades da América com grandes populações de italianos ou descendentes, bruxas da “velha escola” podem ser encontradas. Em quase todas as cidades ou vilas, alguém poderá te apontar uma strega que possa colocar ou tirar o Malocchio (mal olhado), ou usar óleo de oliva para curar ou para adivinhações. No coração da strega vivem os “espíritos do antigo”, pois está é uma antiquíssima crença. Sente-se com elas e te contaram estórias dos elfos ou das Lasa que são conhecidas como Os Antigos. Você aprenderá sobre a sacralidade do fogo, sobre as forças por traz da natureza. A voz do vento sussurrará aos teus ouvidos enquanto a strega fala... você sentirá e conhecerá.
As crenças das streghe envolvem amuletos para repelir ou atrair energias. Gestos de poder, sinais que podem ser lidos em toda a natureza. A Deusa coroada com um crescente e o Deus Astado são adorados pelas strega. Também são conhecidos por diversos nomes: Tana e Tanus, Fana e Faunus, Jana e Janus. Os nomes mais comuns para os Deuses da Stregheria são: Diana e Dianus (Lúcifer); e os nomes mais antigos são Uni e Tagni.
A natureza é vista como a manifestação das forças ou leis espirituais. A Magia é a arte de entender e interagir com estas forças, de uma forma que possam ser influenciadas. Como este sistema é mantido em ordem por espíritos e deidades, existem técnicas milenares de interagir e lidar com estes seres astrais – de forma que façamos nossas influencias e vontades.
No norte da Itália, existe uma região chamada Toscana. Lá uma forma de stregheria um pouco mais peculiar é desenvolvida. Esta forma é extremamente simples, mas pouco lembra os rituais cerimoniais modernas. Há uma grande influencia etrusca nesta forma de bruxaria, onde os Deuses e espíritos são de origem etrusca. Estas bruxas raramente fecham um círculo sagrado para fazer seus feitiços e rituais. O importante para elas é que haja um campo onde possam trabalhar. Elas utilizam uma varinha (o instrumento mais primário da bruxaria) e gestos de poder com encantamentos (chants).
Os Deuses reverenciados pelas streghe toscanas são a Deusa Uni e o Deus Tagni. A natureza também é reverenciada pelos elementais: Fauni e Silvani são espíritos dos bosques; Monachetto são espíritos da terra, como os gnomos; Linchetto são os espíritos do ar. Na bruxaria toscana o norte é considerado um local de muito poder. Os seres elementais do norte são chamados Palla; no sul Settiano, que são espíritos do Fogo Elemental; os espíritos do oeste são os Manii; e os do leste são os Bellaire.
As streghe acreditam em espíritos do clã, chamados Lare que protegem as casas e as famílias. Além disso, ajudam as streghe a renascerem entre seus entes queridos. Pequenos templos são feitos na parte oeste da casa em honra a estas entidades. Tradicionalmente são feitas oferendas de vinho, mel, leite em um pequeno recipiente e uma vela é acesa.
O folclore italiano também se estende a objetos inanimados, que se acredita possuírem poder. Entre os mais comuns estão as chaves feitas de outro ou prata, ferraduras, tesouras, pérolas e corais. Outros objetos incluem o alho, fita vermelha e sal que é empregado para a proteção.

2. Bruxaria Italiana

Em 1892 Charles Leland publicou o livro Etruscan Magic & Occult Remedies baseado em suas vivencias na região toscana. Em todos seus livros relacionados ao assunto da bruxaria e magia, ele coloca a religião bruxaria em tempo presente, o que nos mostra que ela é mais antiga que a Wicca apresentada por Gardner – o que é notável que vários aspectos da velha religião italiana é incorporada na wicca gardeniana e porque não dizer a Wicca em geral. Nesta mesma obra Leland coloca que na Itália do séc. XIX haviam tanto bruxas “boas” como “más”: buone e maladette.
Para resumir, aqui está uma tabela sobre a Bruxaria Europeia:
700ac: Hesíodo, em sua Teogonia, fala da bruxa, Circe.
30ac: o poeta romano Horácio em seu Epopeias de Horácio associa as bruxas com a Deusa Diana em um culto de mistério.
314dc: o Conselho de Ancyra “rotula” como hereges as bruxas que pertenciam à “Sociedade de Diana”. O Conselho acrescentou que elas eram enganadas por Satã.
662dc: São Barbato converte Romuald (Duque de Benevento) ao cristianismo. Quando isto ocorreu à árvore das bruxas de Benevento –uma nogueira - foi cortada. O mesmo São Barbato esteve no Conselho de Constantinopla e reportou o “mal” das bruxas de Benevento.

906dc: Regino de Prum, em suas instruções a seus bispos, disse que os pagãos adoravam Diana em um culto que chamou de “Sociedade de Diana”.

1006dc: no 19o livro do Decretum (entitulado Corrector) associou a adoração a Diana com as pessoas pagãs.

1280dc: o Conselho da Arquidiocese de Conseranos associa o “culto das bruxas” com uma Deusa pagã.

1310dc: o Conselho de Trier associa as bruxas à Deusa Diana (e Herodias).

1313dc: Giovanni de Matociis escreveu em seu Historiae Imperiales que muitas pessoas acreditavam em uma sociedade noturna presidida por uma rainha a quem chamavam de Diana.

1390dc: uma mulher milanesa é julgada pela Inquisição por pertencer a “Sociedade de Diana” e esta confessou que adora a Deusa da Noite e que “Diana deu suas bênçãos a ela”.

1457dc: três mulheres julgadas em Bressanone confessaram fazer parte da “Sociedade de Diana” (como registrado por Nicolas de Cusa).

1508dc: o inquisidor italiano Bernardo Rategno escreveu em seu Tracatus de Stigibus que a rápida expansão do culto das bruxas havia se iniciado 150 anos antes daquela data. Ele concluiu de seu estudo de manuscritos de julgamentos dos Arquivos da Inquisição em Como, Itália.

1519dc: Girolamo Folengo (poeta italiano) associou uma dama conhecida como Gulfora com bruxas que se reuniam para fazer rituais em sua corte, em Maccaronea.

1576dc: Bartolo Spina escreveu em seu Quaestrico de Strigibus uma lista de informações que juntou das confissões, nas quais as bruxas se reuniam à noite para adorar “Diana” e que tinham negócios com espíritos da noite.

1647dc: Peter Pipernus escreveu em seu De Nuce Maga Benventana e Effectibus Magicis de uma mulher chamada Violanta, que confessou adorar Diana perto de uma árvore de nozes em Benevento.

1749dc: Girlamo Tartarotti associou o culto das bruxas com o antigo culto de Diana, em seu livro Del Congresso Nottorno Delle Lammie. Em seu A Study of the Midnight Sabats of Witches ele escreveu: “a identidade do culto dianico com a bruxaria moderna e visto e provado.”

1890dc: Charles Leland associou o culto das bruxas com a Deusa Diana, tal qual a sobrevivência dos caminhos antigos em seus livros: Etruscan Magic $ Occult Remedies e Aradia; the gospel of the witches.


3. Festivais das Estações
Na Itália não se usa a palavra Sabath para os festivais. A palavra é Treguenda.

3.1. As Oito Treguendas

Na moderna tradição Aridiana existem oito treguendas: quatro maiores e quatro menores. As maiores são em outubro, fevereiro, maio e agosto (familiar? :)). Embora haja semelhança com o ano celta, estes são festivais baseados no ano romano.
O ano agrícola era vital para os romanos e depois para os fazendeiros italianos. Os romanos antigos tinham vários festivais pelos meses do ano; logo, é muito fácil encontrar celebrações parecidas com as da Wicca moderna. Os fazendeiros romanos conheciam os equinócios e solstícios e sabiam de seu lugar na roda do ano; isto também pode ser visto pelo culto dos Mistérios Eleusinos da Grécia. Os ritos dos Mistérios Eleusinos Menores eram celebrados na primavera e os Mistérios Maiores, no outono. Estes ritos se baseavam na descida da Deusa no Mundo das Sombras e sua subida na primavera. Para termos uma visão geral entre os antigos festivais italianos de origens etruscas e romanas, vamos olhar aos sabaths com seus partes italianas:

Samhain (31/10) – Festa Dell’Ombra
De acordo com a tradição italiana os mortos voltam ao mundo dos vivos na noite anterior a novembro e ficam nele até a segunda noite do mesmo mês. No século XV, a igreja Católica Apostólica Romana (numa tentativa de acabar com as tradições pagãs) oficialmente usou este dia para celebrar o que chamam de Ognissanti ou Todas as Almas. Na verdade, no século X, esta tradição pagã italiana já preocupava alguns monges cristãos. A Igreja permitiu que estas práticas continuassem porque apresentava uma oportunidade para conversões; os monges passaram a cozinhar fava para os pobres e colocavam nas ruas em honra aos espíritos dos fiéis que partiram. Um sermão acompanhava com comida de graça.

Yule (21/12) – Festa dell’Inverno
Dezembro é marcado pelos festivais romanos para o Deus Sol e para o Deus agrícola Saturno. A conexão intima entre o sol e as plantações que crescem pediam pela invocação dos dois aspectos do Deus.

Imbolg (1/02) – Festa di Lupercus
O mês de fevereiro era sagrado para o Deus romano Februs que era um deus da purificação e da morte. Os ritos de purificação da Lupercália também era celebrado em fevereiro. Lupercus é o Deus novo, a energia do Lobo. Esta ocasião ritual foi depois transformado na festa de São Simão. No século VII, a Igreja romana renomeou este festival de “A Apresentação do Senhor”. A data foi mudada para o dia 2 de fevereiro tentando substituir as celebrações pagãs. Então, os festivais da igreja passaram o coincidir com a data do festival de purificação da Roma pagã: o de Iuno Februata e o ritual da Lupercália, sendo também transformado em festival da Santa Virgem.

Ostara (21/3) – Equinozio della Primavera

Março era marcado pelo festival de Libéria, que também era conhecida como Proserpina (Perséfone). Proserpina era (entre outras coisas) uma deusa da primavera cuja subida do Mundo dos Mortos era marcado por rituais dos Mistérios Eleusinos.

Beltane (30/4- 1/05) – La Giornata di Tana
Maio era marcado pelos festivais da primavera da Florália. Flora era a deusa romana dos jardins e das flores.


Litha (22/6) – La Festa dell’Estate
O festival romano de Vesta ocorria em Junho. Vesta era a deusa do calor e do fogo sagrado. Os Lare (espíritos ancestrais) estavam sob o seu domínio. O festival de meio de verão (Mid_Summer) era ligado às fadas e aos momentos mágicos.

Lammas (31/7- 1/08) – La Festa di Cornucopia
O festival de Ops acontecia em agosto. Ops era a deusa da fertilidade, forças criativas. Ela era a esposa de Saturno, que era o deus romano da agricultura. Na mitologia romana ela era identificada com a deusa Fauna.

Mabon (21/9) – Equinozio di Autunno
Nos ritos Eleusinos da Grécia e de Roma este era o momento no qual a Deusa descia ao Mundo dos Mortos.
Os ritos aridianos modernos são baseados nos mitos da Velha Religião, conhecido como “O Mythos”. Estes mitos empregam os nomes de várias deidades para personificar os caminhos da natureza, e para retratar a vida dos seres humanos, tanto quanto os processos de nascimento, morte e renascimento. Cada treguenda tem uma dramatização do mito do festival. O ano inicia em outubro, marcado pela celebração do Shadowfest – La Festa dell’Ombra. Abaixo vem um resumido de cada treguenda:
Festa dell’Ombra: celebração da Pré-Criação. No mythos, é a união da Deusa e do Deus.
Festa dell’Inverno: o nascimento do Deus Sol, da união da treguenda anterior. Celebração de promessa, luz e esperança.

Festa di Lupercus: celebração da purificação, e o começo da fertilidade. No mythos, o Deus Sol está na puberdade.

Equinozio della Primavera: celebração da subida da Deusa do Mundo das Sombras. Celebração do despertar da fertilidade.

La Gionatta di Tana: no mythos, é a corte da Deusa e do Deus. Celebração da volta da Deusa, da vida e da fertilidade em sua totalidade.

La Festa dell’Estate: no mythos, é o casamento da Deusa e do Deus. Celebração da vida e do crescimento.

La Festa di Cornucópia: celebração da abundância e da colheita. No mythos, o Deus está se preparando para o seu sacrifício para que o mundo continue.

Equinozio di Autunno: celebração da colheita. No mythos, o Deus morre e vai para o Mundo das Sombras. A Deusa então desce para procurar seu amor perdido.

Também é colocado no velho mythos que o Deus se levanta todos os dias e viajava pelo céu do leste ao oeste. Ao faze-lo, ele recolhe as almas daqueles que morreram durante sua partida. Então ele desce ao Mundo das Sombras e as entrega para a Deusa. Ela então as levava para o Reino de Luna (a lua). Quanto mais almas se juntavam , a luz da lua ia aumentando até ela ficar cheia. À medida que estas almas renasciam na terra, a luz diminuía.
Aradia ensinou que a participação nos festivais das Treguendas fazia com que as bruxas entrassem em harmonia com a natureza. Isto as alinhava com os padrões de energia que fluem na terra. Aradia prometeu que os poderes tradicionais da bruxaria poderiam ser observados e desenvolvidos através da comemoração da Roda do Ano.
Além disso, em dezembro os romanos tinham um festival chamado Saturnália. Este rito em particular teve muita influencia em costumes europeus mais recentes, influenciando a Velha Religião e muitas outras. No calendário pré-republicanao, o festival se iniciava em 17/12 e durava vários dias, terminando no Solstício de Inverno. Fogueiras queimavam durante o festival, e a celebração era marcada por orgias que não foram domadas até o séc. XIV. Havia a eleição do “Senhor do Desgoverno” que deveria ser um homem jovem e bonito. Este poderia se dedicar a quaisquer prazeres que desejasse até o fim do festival. Ele era a representação do deus Saturno, ao qual o festival era dedicado.

4. A Lua e a Bruxaria
Nos “Ensinamentos da Strega Sagrada” achamos provas que Aradia uma vez ensinou seus discípulos que as almas dos “mortos” viviam na Lua. Mesmo que os seus seguidores modernos concordem que Aradia usou a Lua como símbolo para os reinos Astrais, este primeiro conceito não era desconhecido para muitas culturas antigas. Iniciados no sistema Aridiano acreditam que a Lua foi usada como uma representação do Plano Astral, do Reino Lunar, mais especificamente.
No santuário de Diana, no lago Nemi, a Lua era visto como a morada da Deusa Diana e sua companhia, assim como o local de descanso das bruxas que passaram do Plano Físico. De acordo com os conhecimentos mais primitivos das strega, as “sombras” da Lua eram os locais de caça da Deusa, e os locais iluminados eram as planícies por onde Ela passeava.
As bruxas da Janarra, que são as descendentes diretas daquelas do lago Nemi, praticam uma forma de ritual lunar que vem de tempos muito antigos. O tema antigo de “se tornar como a Lua” pode ser visto nos antigos rituais janárricos de iniciação. Os iniciados que desejavam ser sacerdotes ou sacerdotisas eram levados nus sob a Lua e então “pintados” de branco. Isso geralmente era feito com um pó branco (ou unguento) que era aplicado no corpo todo, o cabelo incluso.
Os ritos de iniciação estavam ligados às fases da Lua. O primeiro grau é a Lua Nova, o segundo grau é a Meia Lua, o terceiro grau a Lua Cheia, e a morte física a Lua Minguante, e é considerado ser o ritual de Iniciação no Grande Mistério. Então há quatro graus de iniciação de acordo com as fases da Lua.
Como um ser celeste, acreditava-se que a Lua encontrava-se em diversas situações com outros astros. Muitas culturas acreditavam que os três dias de lua negra aconteciam porque seres malignos engoliam a Lua e, posteriormente, a regurgitavam. Os eclipses eram vistos de várias formas. Esta corrida da Deusa, eventualmente, descendo para a terra, era visto pelas bruxas italianas como o momento em que o Sol e a Lua se juntavam para que a Lua desse a luz a novas estrelas, para substituir aquelas que caíram do céu.
A Lua também era utilizada para medida do tempo e sinalizava o momento de plantio e colheita – tanto para propósitos mágicos ou mundanos.
A representação simbólica da Lua como deidade mais antigo é um a pedra, que aparece na arte antiga sendo ou um pilar ou um cone de algum tipo. Algumas lendas dizem que esta pedra caiu do céu, pois veio dos próprios deuses. Um desenho antigo da Triluna aparece no inicio da Velha Religião. Variações deste símbolo podem ser encontrados nas antigas artes etrusca, grega e romana. Também se encontra em algumas culturas um pilar de madeira ou uma árvore como um símbolo antigo da Lua. Algumas vezes a Árvore da Lua é mostrada como uma árvore mesmo e às vezes como um poste truncado ou pilar estilizado. Em algumas formas de arte, a Árvore da Lua se mostra com treze flores, representando as treze luas cheias (ou novas) de um ano.
Os ensinamentos internos da Velha Religião lidam com o significado esotérico da Árvore da Lua. Neste aspecto, ela parece representar os mistérios em si, num senso prático da estrutura dos Caminhos Antigos. A Árvore da Lua tem apenas uma fruta branca que é o alimento sagrado da iluminação. No mythos, a árvore está localizada na gruta sagrada de Diana no lago Nemi, guardada pelo Encapuzado. O Encapuzado é um guerreiro poderoso que não pode ser vencido facilmente. Simbolicamente, a Árvore da Lua representa nosso sistema de crenças e o fruto da árvore é a iluminação que vem destes ensinamentos.
O Guardião da Gruta representa nossa mente consciente, que nos impede de abraçar uma visão mística através de questionamentos de nossas experiências “sobrenaturais”. É através do poder da magia e através da experiência do encontro místico, que formamos a mentalidade necessária para vencer o Guardião. Uma vez que ele é vencido, a fruta da árvore está dentro de nosso alcance. Degustar sua essência é receber a iniciação dos próprios deuses.


5. Os Guardiões
Encontrado na stregheria e comum para várias tradições wiccanas, são o conceito dos Guardiões, que são vistos de forma diferente pelos vários sistemas mágicos. Vamos ver neste capitulo o conceito mais antigo dos Guardiões, datado dos Cultos Estelares. Entre as streghe este seres são chamados de Grigori, particularmente para as bruxas tanárricas, que são conhecidas como “Bruxas das Estrelas”. A Tanarra preservou os antigos Mistérios Estelares, e é através de seus ensinamentos que poderemos ter um entendimento melhor de quem os Guardiões/ Grigori realmente são.
Nos antigos Cultos Estelares da Pérsia haviam quatro estrelas “reais” (conhecidas como “Senhores”) que eram chamados de Guardiões. Cada uma destas estrelas reinava sobre um ponto cardeal. A antiga forma ritual dos Guardiões são feitas com a invocação no momento de fechar o círculo mágico. Há uma ligação definitiva entre os “poderes” das bruxas e a “visão” dos Guardiões. Assumir a posição do Guardião é invoca-lo dentro de sua Psique.
A estrela Aldebaran, quando marcava o equinócio de Primavera, tinha a posição do Guardião do Leste; Regulus, marcando o solstício de verão, era o Guardião do Sul; Antares, marcando o equinócio de outono, era o Guardião do Oeste; Fomalhaut, marcando o solstício de inverno, era o Guardião do norte.
As torres foram construídas como símbolos dos Guardiões para que fosse feita sua adoração e também para propósito de invocação. Durante o “Rito de Chamada”, estes símbolos eram traçados no ar, usando tochas ou as varinhas e os nomes secretos dos Guardiões eram chamados.
Na bruxaria italiana, estes seres antigos são Guardiões dos Planos Dimensionais, protetores do círculo mágico e eram testemunhas dos ritos. Cada um dos Grigori tem uma “Torre de Observação” que é um portal marcando cada um dos quadrantes do circulo mágico. No conhecimento das bruxas italianas as estrelas eram vistas como os campos das legiões dos Grigori. No mythos, eles eram os Guardiões das Quatro Entradas para os Reinos de Áster, que era o local da morada dos deuses na mitologia da stregheria.
Para que se realmente entenda os Grigori, precisamos olhar para seu papel na bruxaria como uma religião. Nosso primeiro encontro com eles é no momento de fechar o circulo para fazermos nossos ritos. Os Guardiões são chamados, ou invocados, para guardar o círculo e testemunhar o ritual.


6. Os Poderes da Luz e das Trevas
Na tradição aridiana, os aspectos do ano crescente e decrescente são simbolizados pelo Deus Veado e o Deus Lobo, respectivamente. O Deus Lobo é chamado Lupercus e o Deus Veado é Kern. Estes Deuses, diferentemente da tradição wiccana, não se matam, mas são mortos por outros.
Na Velha Religião da Itália existem três aspectos do Deus. Nestes aspectos nos encontramos as conexões com o mundo físico. Os três títulos pelos quais o Deus é conhecido são O Encapuzado, O Astado e O Velho. O Encapuzado é comumente ligado ao Green Man. Ele vive coberto de vegetação. O Astado é uma entidade de chifres de veado e é o Deus das Florestas, do que é selvagem. O Velho é o Ancião.
Os três aspectos do Deus tem a ver com a mudança de uma sociedade de caça para uma sociedade agrícola. O Encapuzado está ligado às plantações e vem logo depois do Deus Veado. Ele é o filho do Deus Veado. O caçador que veio antes da sociedade agrícola e o espírito animal era valorizado antes do espírito das plantas.
Outros aspectos do Deus são simplesmente variações dos aspectos básicos. O aspecto Brincalhão, por exemplo, é ligado aO Encapuzado. Na tradição italiana, O Corvo (um brincalhão renomado) é associado com o Encapuzado em seu papel de Guardião da gruta.

O Veado e o Lobo

O Deus Veado e o Deus Lobo voltam aos dias da antiguidade do Culto das Bruxas. Em uma imagem etrusca, encontrada num vaso do séc. XI ac, mostra a Deusa junto com um veado e com um lobo. Isso não é surpresa, pois a bruxaria italiana tem grande influência da Toscana, onde a civilização etrusca floresceu uma vez. O lobo, o “uivador da noite” era o principal animal de culto da Deusa. Sua importância na religião da velha Europa pode ser encontrada nas várias figuras que mostram a Deusa e o lobo e o veado.
O lobo é sagrado à Deusa da Lua. Sua natureza lunar é indicada pelas crescentes que aparecem junto com suas imagens em artefatos antigos. Mais comum hoje é o retrato da Deusa Diana com seus cães de caça (lobos domesticados), mas as estátuas mais antigas de Diana a mostram com seu veado – temos também imagens da deusa Ártemis no mesmo papel. É em Diana que descobrimos as estações do lobo e do veado.
A ambigüidade do Deus como caçador/ protetor é mostrado, por um lado, pela pele de lobo e armas que Ele carrega e, por outro lado, em sua relação com o veado que fica ao seu lado enquanto Ele descansa. E é neste ícone que vemos a ligação do Deus da Velha Religião com as imagens do veado e do lobo. Ele é mostrado tanto como caçado quanto protetor de todos os animais da floresta, Guardião da Gruta, o Senhor das Árvores, O Velho.


O Senhor do Desgoverno
Os ritos de inverno da Velha Religião, na Itália, são conectados com os antigos rituais romanos da Saturnália, e os “cultistas do lobo” presentes na Lupercália, ainda são aspectos da bruxaria italiana hoje. Estes personagens são visíveis principalmente nos festivais feitos durante o dia e celebrações dos Caminhos Antigos, mas partes deles podem ser vistos nos rituais noturnos que são maioria na tradição aridiana. O Senhor do Desgoverno e o Sacerdote Lobo de Lupercus são responsáveis pelas partes antigas de seus respectivos ritos.
Alguns ritos antigos ainda podem ser vistos no Carnevale, ou Carnaval italiano. Na Idade Média, o Carnaval era marcado por canções obscenas e danças eróticas (coincidência????????) e os participantes usavam máscaras. As celebrações geralmente terminavam em orgias dados os temas eróticos das celebrações. A intenção era mágika em natureza, e era feita para impregnar a terra, onde as sementes esperavam pela estação do crescimento. Mulheres grávidas se juntavam às celebrações para estimular as sementes que cresciam dentro de seus úteros. Também havia a tradição de quem encontrasse uma semente de fava era declarado Rei do Carnaval e poderia escolher qualquer uma para ser sua rainha. O casal então governa durante o tempo do festival (uma semana). No final, uma efígie do rei é queimada para que haja prosperidade para os súditos.

Os Benandanti

Os Benandanti lutavam contra as forma-pensamento negativas e destrutivas e limpavam a consciência coletiva de suas comunidades. Deles era a batalha contra as forças do mal, personificando um exercito na luta entre a Luz e as Trevas. A tradição Benandanti era uma sociedade xamânica trabalhando por trás das forças da Natureza.

7. Os Instrumentos e Símbolos da Stregheria

Os humanos sempre usaram instrumentos, desde a época que se jogavam pedras e clavas a nossa época de botões. O instrumento mais antigo da stregheria era a varinha, que foi seguida pela concha. Hoje, temos a Varinha, o Cálice, a Espada (ou athame) e o Pentagrama. Também podemos incluir o Spiritual Bowl e o Saco Nanta .


7.1. Os Instrumentos Primários


A varinhaOs galhos de uma árvore eram vistos como a parte que carregava a vida, pois a cada estação nasciam folhas, flores e frutas. Eram vistos como partes de Seres sagrados e estes seres ligavam os céus a terra. Então os antigos “emprestavam” parte do poder incorporado ao galho para suas práticas mágicas.
Em referencia à árvore, alguns cuidados eram tomados para pegar um galho. Primeiro, algumas oferendas eram feitas ao Numem (espírito da árvore), sendo geralmente frutas, vinho, leite ou mel.


Procedimentos rituais com a varinha

Escolha uma árvore frutífera de qualquer tipo, pois estas são as melhores. Se desejar, pode ser carvalho ou salgueiro (mesmo mogno está bom). A madeira de uma árvore frutífera é melhor por sua característica “fértil”.
Antes do nascer-do-sol, fique diante da árvore e deixe sua oferenda. Diga então para o espírito da árvore quais são suas intenções e o por quê. Espere alguns momentos e sinta se o espírito aceitou sua oferenda. Se for tirar o galho, faça-o rapidamente. Leve-o para casa. Esculpa o galho de forma que lembre um falo e deixe-o secar por nove dias. Quando a lua estiver cheia, carve os símbolos nela. Apresente-a ao quadrante Minha Senhora, Dama da Noite e da Magia,
Tu, que reina sobre os céus estrelados,
Abençoe e encha esta varinha com teu poder,
Para que todos vejam e saibam de tua graça.
Eu consagro e dedico esta vasilha
Para Ti, Grande Dama da Magia.


Spirit Bowl (concha)
É um dos instrumentos mais antigos da bruxaria: a concha ou a vasilha. Originalmente, conchas grandes eram usadas para colocar água do mar para bênçãos e vários trabalhos mágicos. Estas conchas eram colocadas em altares de pedra (ou mesmo árvores caídas). A água do mar era colocada dentro da vasilha e uma concha branca era colocada no centro. Desta forma, a adoração à Lua poderia ser feita, mesmo quando a Lua não estava visível no céu noturno (e se necessário, dentro de casa). Se for utilizada uma vasilha, ela pode ser de cerâmica, vidro, ferro, madeira.
Hoje no sistema Tríade de Tradições, a vasilha é chamada de Spirit Bowl e é colocada no centro do altar. Um líquido de base alcoólica (como o Strega Liquore) é colocado dentro e aceso. Isto é feito com gestos e encantamentos verbais para dar poder à chama. Uma vez que a chama se forma, ela é considerada a presença da Deidade, dentro do circulo ritual. Tradicionalmente, uma mulher vai sempre colocar mais liquido para que a chama não se extinga antes do fim do ritual.


O cáliceNa tradição aridiana, usa-se o cálice e ele tem a mesma associação de “útero” que a spirit bowl tem. Na verdade, o cálice serve como uma espécie de Graal: a taça da transformação.
Hoje, como na tradição antiga, o cálice como a concha são utilizados para fins devocionais.


A espada (athame)
Um dos instrumentos mais comuns na prática da Arte é o athame ou a adaga ritual (que na tradição aridiana se chama Spirit blade – lâmina espiritual). Abaixo está um ritual para a preparação do athame, mas o autor do livro deixa claro que é uma técnica moderna, baseada em rituais antiga.

Preparação da lâmina
Três noites antes da Lua Cheia (sendo a terceira noite a da Lua Cheia), faça um pequeno buraco na terra que deve ser tão fundo quanto o tamanho da sua mão. Coloque lá dentro uma porção (mais ou menos uma mão cheia) de arruda, erva-doce e verbena e cubra. Deixe lá até a noite da Lua Cheia. Nesta noite, ferva um pouco de água, a qual você colocará 3 pitadas de sal. Então saia e despeje a água com sal, devagar, na área que abriu o buraco. Marque então um triângulo sobre o buraco e coloque nove pitadas de cânfora líquida no centro do buraco. Pegue então o athame nas mãos com a lâmina para baixo e levante os braços para a Lua, dizendo:
O Grande Tana me abençoe com poder.
Então coloque a lâmina no solo (no buraco) até o cabo. Foque o poder da Lua para o athame, ajoelhando-se, diga:
Pela vontade, eu faço os riachos ligeiros voltarem
Às suas fontes;
Com feitiços e amuletos eu quebro a boca da víbora,
Quebro rochas sólidas e tiro carvalhos de suas quebras,
Removo árvores inteiras, as montanhas estremeço,
Acordo os fantasmas de suas tumbas
E Tu o Lua, eu chamo...

No último verso, levante sua mão esquerda sobre a vasilha da lua. Feche então a mão rapidamente, como se fosse prender a lua dentro da sua mão. Com a mesma mão, peque o athame e veja o poder brilhante da Lua entrando no athame. Dedique então o athame a Tana.

O pentagrama
Os pentagramas rituais originais eram feitos em pedras planas e eram usados para marcar o espaço sagrado. Os antigos acreditavam que a pedra já possuía um espírito, então marcavam este pentagrama na pedra com os quatro pontos cardinais para marcar o equilíbrio entre os espíritos dos elementos. De uma forma geral, o pentagrama não precisa ser consagrado para uso ritual, pois já é feito em material natural. Caso não, passar um pouco de óleo e pedir a benção da Deusa e do Deus pode ser feito.
O saco nantaO saco nanta é um instrumento muito antigo. O propósito dele é duplo: primeiro, ele é feito para manter o usuário em contanto com as forças da natureza; segundo serve como uma bolsa para os instrumentos da Arte, de forma que a bruxa possa praticar seus rituais em qualquer lugar ou a qualquer momento.
Dentro destes sacos se encontram os instrumentos em miniatura, juntamente com representações dos elementos. Tipicamente, o saco contém:

Uma pedra pequena, lapidada e redonda
Uma pena pequena, azul ou de cor clara
Uma porção de cinza (carvão ou madeira)
Uma vasilha pequena para água pura
Uma moeda pequena, com um estrela de cinco pontas feita nela
Um galinho (de fruta ou de nós)
Um alfinete com a cabeça preta (ou uma agulha)
Um dedal
Uma porção de incenso
Duas velas pequenas brancas
Um pedaço de giz
Uma medida de corda (9 pés)
Um pratinho pequeno
Um símbolo do Deus: uma pinha, um pedacinho de chifre
Um símbolo da Deusa: uma concha, uma nós
Um objeto pessoal de poder
Uma porção de sal
Um pouco de óleo

Ao juntar estes objetos, coloque-os em um saco de couro ou de algodão. Também podemos colocar quaisquer outros objetos de interesse. Quando tudo estiver pronto, coloque o saco no altar e faça o Gesto de Poder. Então diga:
O grande saco Nanta, que sejas de foco natural
E uma ponte para o poder.
Estou ligada a ti e tu estás ligado à Natureza.
Somos um de Três.
Somos o triângulo manifesto.
Nos nomes de Tana e Tanus, que assim seja.


7.2. Os instrumentos secundários

Estes são instrumentos de uma forma de magia mais popular na Itália, assim associados com a casa. São símbolos do poder matriarcal.
A vassoura
Embora não seja publicamente ligada às bruxas italianas, as streghe são geralmente mostradas andando em vassouras. De forma ritual, ela pode ser usada para banimentos e proteção e com a escova para cima é um símbolo da Deusa. Como proteção, a vassoura é colocada entre qualquer entrada ou porta. Como banimento, a vassoura é usada para varrer o sal (espalhado em uma área) para a saída do local, pode-se também varrer o ar, para espantar a negatividade.

A tesoura

Na magia popular da Stregheria, a tesoura era usada para quebrar feitiços. Isso pode ser feito ser feito com os atos de cortar, repartir ou deixando a tesoura cair. Cortar a foto de uma pessoa faz com que as relações com ela terminem, da mesma forma com que isso pode ser feito cortando um pedaço de roupa da pessoa.
A tesoura também pode ser usada para fazer banimento da seguinte forma: derramar um pouco de óleo de oliva em um pouco de água e usar a tesoura para cortar isso... sempre visualizando o termino ou banimento do que está incomodando.
Podemos usar um pingente em forma de tesoura para proteção.


O caldeirão

O caldeirão é utilizado geralmente para fazer oferendas. Tipicamente ele é colocado no quadrante ao qual a energia represente a necessidade.
A casa dos Lare (ou templo dos Lasa)
Mesmo que não seja um instrumento per se, a casa dos Lare é uma parte integrante da stregheria e toda strega deve ter um. No norte da Itália, as streghe vêem os Lasa como seres que já viveram como humanos e agora estão mudando para a escala de semideuses. As bruxas toscanas chamam por eles para ajuda em qualquer momento e trabalham muito com os Lasa.
Durante as grandes ocasiões familiares, oferendas são colocadas nas casas dos Lare, que tradicionalmente fica na ala oeste da casa. Eles têm forma de uma casinha e nelas são acesas velas e alimentos são oferecidos.
Esta é uma foto de um templo de Lasa.

Texto da autoria de Tathy Morselli aka Pietra di Chiaro Luna.